quarta-feira, 21 de novembro de 2012

FREUD...UM HOMEM SÁBIO!


“Existem momentos na vida da gente, em que as palavras perdem o sentido ou parecem inúteis, e, por mais que a gente pense numa forma de empregá-las elas parecem não servir, então a gente não diz, apenas sente.”

Somos feitos de carne, mas temos de viver como se fôssemos de ferro.

A felicidade é um problema individual. Aqui, nenhum conselho é válido. Cada um deve procurar, por si, tornar-se feliz.

Um homem que está livre da religião tem uma oportunidade melhor de viver uma vida mais normal e completa.

A inteligência é o único meio que possuímos para dominar os nossos instintos.

Nós poderíamos ser muito melhores se não quiséssemos ser tão bons.

O sonho é a satisfação de que o desejo se realize.

Se quiseres poder suportar a vida, fica pronto para aceitar a morte.

A religião é comparável a uma neurose da infância.

A maioria das pessoas não quer realmente a liberdade, pois liberdade envolve responsabilidade, e a maioria das pessoas tem medo de responsabilidade.

Nós nunca somos tão desamparadamente infelizes como quando perdemos um amor.

Podemos nos defender de um ataque, mas somos indefesos a um elogio."

Não somos apenas o que pensamos ser.
Somos mais; somos também, o que lembramos e aquilo de que nos esquecemos;
somos as pálavras que trocamos, os enganos q cometemos,os inpulsos a que cedemos, "sem quere".

"O homem é dono do que cala e escravo do que fala."
"Quando Pedro me fala sobre Paulo, sei mais de Pedro que de Paulo."

As grandes coisas podem ser reveladas através de pequenos indícios.

Cães amam seus amigos e mordem seus inimigos, bem diferente das pessoas, que são incapazes de sentir amor puro e têm sempre que misturar amor e ódio em suas relações.

Não me cabe conceber nenhuma necessidade tão importante durante a infância de uma pessoa que a necessidade de sentir-se protegido por um pai.

Não permito que nenhuma reflexão filosófica me tire a alegria das coisas simples da vida.

Todo tratamento psicanalítico é uma tentativa para libertar o amor recalcado.

Mentes criativas sempre sabem sobreviver a qualquer tipo de mau treinamento.

Toda anedota, no fundo, encobre uma verdade.

Estar apaixonado é estar mais próximo da insanidade do que da razão.

A Psicanálise é,em essência,uma cura pelo amor.

"Existe duas maneiras de ser feliz nesta vida, uma é fazer-se de idiota e a outra sê-lo."

As veses um pepino, é somente um pepino.

"Nunca fui capaz de responder à grande pergunta: o que uma mulher quer?"

Não existe uma regra de ouro que se aplique a todos: todo homem tem de descobrir por si mesmo de que modo especifico pode ser salvo.

Olhe para dentro, para as suas profundezas, aprenda primeiro a se conhecer.

"Antes de diagnosticar a si mesmo com depressão ou baixa auto-estima, primeiro tenha certeza de que você não está, de fato, cercado por idiotas."

O sujeito é forte enquanto acredita e sustenta idéias fortes.

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  (Sigmund Freud)

PESSOAS DESAPARECIDAS

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

OS GATOS DE UM ESQUIZOFRÊNICO







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 Louis Wain nasceu em 15 de Agosto de 1860 em Londres. Louis era britanico, conhecido por seus desenhos, que caracterizavam antropomorfismo de gatos  e gatinhos com grandes olhos. Louis sofria de esquizofrenia.
Nota-se em suas pinturas uma fuga da realidade para a fantasia. São de Louis Wain, artista plástico europeu do início do século passado. Wain, desde jovem, costumava pintar retratos de gatos para calendários, álbuns, cartões-postais, etc. Aos 57 anos, sua vida e sua arte apresentavam sintomas de psicose. Passou os últimos 15 anos da vida em instituições psiquiátricas. Os retratos dos gatos que pintava, tomaram uma forma ameaçadora. Reveladores de seu estado psicótico são os olhos dos gatos, que miram fixamente com hostilidade, mesmo num de seus primeiros desenhos desta fase (primeira imagem). O psicótico geralmente acha que o mundo crava nele olhares hostis. 

As imagens a seguir foram pintadas por Louis Wain.


Antes da doença:
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Os últimos 15 anos de sua vida passaram-se em instituições psiquiátricas. Neste tempo, os gatos passaram a apresentar efeitos surpreendentes,pode-se analisar a progressão da doença a cada pintura nova, os olhos dos felinos foram reveladores de sua condição psicótica, eles eram hostis e ameaçadores ao próprio criador.
Depois da doença:
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 Ficheiro:Catwithacigar.jpg

Outro aspecto é a transformação corporal total do gato, quase sempre são representados como formas distorcidas e fantásticas.

Wain faleceu em Londres em 1939.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

RISO - A LEITURA DA ALMA

 
Há alguns anos atrás quando li este texto achei que Dostoievski era um cara de poucos amigos um infeliz, mas com o passar dos anos, a vida me deu a experiência necessária para compreender que há um fundo de verdade em tudo o que ele fala, leia você,  e decida por si mesmo.



O Riso é o Melhor Indicador da Alma
 
 Acho que, na maioria dos casos, quando uma pessoa se ri torna-se nojento olharmos para ela. Manifesta-se no riso das pessoas, na maioria das vezes, qualquer coisa de grosseiro que humilha a quem ri, embora essa pessoa quase nunca saiba que efeito o seu riso provoca. Tal como não sabe (ninguém sabe, aliás) a cara que faz quando dorme. Há quem mantenha no sono uma cara inteligente, mas outros há que, embora inteligentes, fazem uma cara tão estúpida a dormir que se torna ridícula.
Não sei por que tal acontece, apenas quero salientar que a pessoa que ri, tal como a pessoa que dorme, não sabe a cara que faz. De uma maneira geral, há muitíssimas pessoas que não sabem rir. Aliás, isso não é coisa que se aprenda: é um dom, não se pode aperfeiçoar o riso. A não ser que nos reeduquemos interiormente, que nos desenvolvamos para melhor e que superemos os maus instintos do nosso carácter: então também o riso poderá possivelmente mudar para melhor. A pessoa manifesta no riso aquilo que é, é possível conhecermos num instante todos os seus segredos.


Mesmo o riso incontestavelmente inteligente é, às vezes, abominável. O riso exige em primeiro lugar sinceridade, mas onde está a sinceridade das pessoas? O riso exige a ausência de maldade, mas as pessoas, na maioria dos casos, riem com maldade. Um riso sincero e sem maldade é uma pura alegria, mas, nos tempos que correm, onde está a alegria? E poderão as pessoas ser alegres?
A alegria é um dos mais reveladores traços humanos, basta a alegria para revelar as pessoas dos pés à cabeça. Por vezes não há meio de percebermos o carácter de uma pessoa, mas basta ela rir para lhe conhecermos o feitio como às palmas das nossas mãos. Só as pessoas desenvolvidas do modo mais elevado e feliz sabem ser contagiosamente alegres, de uma maneira irresistível e benévola. Não falo de desenvolvimento intelectual, mas de carácter, do homem como um todo. Portanto: se quiserdes compreender uma pessoa e conhecer-lhe a alma não presteis atenção à sua maneira de se calar, ou de falar, ou de chorar, ou de se emocionar com as ideias mais nobres, olhai antes para ela quando se ri. Ri-se bem - é boa pessoa.

Observai depois todos os matizes: por exemplo, é preciso que o riso não pareça estúpido, por mais alegre e ingénuo que seja. Mal detecteis a mais pequena nota de estupidez num riso, ficai sabendo que a pessoa que assim ri é intelectualmente limitada, apesar de deitar cá para fora um sem-fim de ideias. Mesmo que o riso não seja estúpido, se vos parecer ridículo, nem que seja um pouquinho, ficai sabendo que não há na pessoa que o ri uma verdadeira dignidade, pelo menos uma dignidade suficiente. Por último, notai que, mesmo que um riso seja contagioso mas por qualquer razão vos pareça vulgar, também a natureza dessa pessoa é vulgar, que toda a nobreza e espírito sublime que tínheis visto nela ou são fingidos ou imitados inconscientemente, e que essa pessoa, no futuro, mudará inevitavelmente para pior, dedicar-se-á ao «útil», abandonando sem pena as ideias nobres como sendo erros e paixões da juventude.

(...) Apenas entendo que o riso é a mais certeira prova da alma. Olhai para uma criança: só as crianças sabem rir com perfeição, por isso são fascinantes. É abominável a criança que chora, mas a que ri alegremente é um raio do paraíso, é o futuro do homem quando ele, finalmente, se tornar tão puro e ingénuo como uma criança.

Fiodor Dostoievski


sexta-feira, 26 de outubro de 2012

JOSÉ SARAMAGO

 
 
Segundo o narrador, que parece ser omnisciente, o enredo da história foca-se na aventura do “menino herói”, que sai da aldeia, chega a Marte, atravessa o mundo muitas vezes e acaba por encontrar uma flor. Percorre o mundo em busca de um rio para saciar a “sede” da flor, “foi vinte vezes cá e lá” e fez “cem mil viagens à lua” até que salva a sequiosa flor e transforma-se em herói, fizera algo ‘‘muito maior que o seu tamanho e do que todos os tamanhos’’.


Esta obra, assinada por José Saramago, é a sua primeira publicação de uma história para crianças, que se concretiza numa breve mas interessante narrativa. Enquadra-se no género infanto-juvenil e pode até ser considerado um álbum ilustrado. Porém, esta aparente simples história, acarreta algumas técnicas narrativas complexas, como é o caso da articulação entre dois níveis narrativos distintos, através da técnica do encaixe. De notar que estes níveis narrativos distintos ultrapassam o domínio estritamente linguístico e literário e acabam por se estender ate à ilustração do próprio texto.
São estes os dois níveis diegéticos, o do narrador, que engloba as suas reflexões, os seus comentários, as suas “notas de rodapé”, os seus sucessivos pedidos de desculpa pela sua inexperiência em contos infantis e os seus apelos e investidas à criatividade do leitor; e o da narrativa que intitula o livro e que vai narrando a história de um menino e as suas aventuras para salvar uma flor.
No que diz respeito à ilustração da história, por João Caetano, é importante referir que as imagens que acompanham a história ajudam a fixar elementos dos dois níveis narrativos, referidos anteriormente, as ilustrações aproximam o narrador ao autor e identificam-nos do ponto de vista físico. Ao longo da obra são várias as ilustrações que nos remetem para o próprio Saramago, e acabam, por isso mesmo, numa leitura/interpretação possível para este texto. Essas ilustrações apesar de simples, apresentam grande significado para a compreensão da obra, completam a aparente simplicidade da diegese, através do recurso a uma técnica plástica mista, que abarca a pintura e a colagem. O próprio João Caetano reconhece que o seu objectivo é completar o texto e não parafraseá-lo ao afirmar que “espero não fazer com que as imagens digam aquilo que o texto já diz. Procuro dar algo mais” (Pimenta, 2002: 66).
Por sua vez, o título, torna-se num elemento de grande importância, que remete os leitores para a criação de um horizonte de expectativas infindável e maravilhoso, o titulo “A maior flor do mundo” coloca o texto sob uma certa informalidade e simplicidade, na medida em que apesar de sugerir a grandeza de um certo ser, apresenta-se grafado em letras minúsculas e refere-se a uma entidade bastante comum e conhecida.
Está presente na obra, uma Preocupação pedagógico-didáctica com as dificuldades que os leitores mais pequenos possam vir a sentir face ao vocabulário usado no seu conto, acabando por alertar: “agora vão começar a aparecer algumas palavras difíceis, mas, quem não souber, deve ir ver ao dicionário ou perguntar ao professor”. Esta obra valoriza também, a mediação das obras literárias por adultos, para uma melhor compreensão por parte do leitor infantil, que quando tem duvidas deve solicitar a ajuda dos professores ou de outro adulto.
São várias as notas, quase paratextuais, que concorrem para o facto da história surgir frequentemente entrecortada ou permeada por segmentos textuais próximos das notas ou de reflexões acerca daquilo que é ou não é paradigmático no mundo dos livros infantis e dos leitores mais novos. Veja-se assim, implícita a definição do conceito de Literatura Infantil, que sem deixar de ser literatura exige capacidades específicas ao seu criador. A aparição de reflexões sobre a construção de textos literários para crianças, permitem produzir efeitos benéficos no leitor, como o desenvolvimento do espírito critico, da atenção e aquisição de técnicas para uma melhor construção e interpretação de um texto icónico, e tornar assim mais agradável a leitura aos leitores infantis.
O texto ao apresentar-nos a história de um menino herói, destemido e altruísta, com vontade de ajudar e sem medo de arriscar, demonstra-nos também alguns valores humanos, que muitas vezes só encontramos nos livros, mas que devíamos encontrar todos os dias em cada pessoa por quem passamos.
Referências bibliográficas 
Saramago, José (2001) A maior flor do mundo, Lisboa: Caminho 

SENTIMENTOS ENGAVETADOS

 
 
Ontem tive aula de Sistêmica e minha amada professora Fernanda mais uma vez conseguiu fazer com que toda turma se envolvesse no tema proposto. Além de trabalhar com os conceitos dos  grandes estudiosos que falam de família, ela trouxe um poema que eu não conhecia do poeta filósofo português, Fernando Pessoa e para contracenar com as profundas palavras desse grande SER, ela trouxe ninguém mais do que Salvador Dali com sua pintura, Gavetas. Tudo se encaixou perfeitamente, porque é assim que somos, um emaranhado de sentimentos engavetados.
 
 
 
"Enquanto não encerramos um capítulo, não podemos partir para o próximo. Por isso é tão importante deixar certas coisas irem embora, soltar, desprender-se. As pessoas precisam entender que ninguém está jogando com cartas marcadas, às vezes ganhamos e às vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é."
Fernando Pessoa

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

AMADO RUBEM ALVES

 
 
 
Você que trabalhou, batalhou, criou os filhos, envelheceu... Os filhos cresceram, saíram de casa, você se aposentou... E agora o tempo se estende vazio à sua frente, pouco importa levantar-se cedo ou tarde, não faz diferença, os dias ficaram todos iguais, não há batalhas a travar, ninguém precisa de você...

Cada dia é um peso, é preciso matar o tempo, descobrir um jeito de não pensar, pois o pensamento dói, e vem uma vontade de beber, uma vontade de esquecer, uma vontade de morrer...

Chegou o momento da inutilidade, e é isso que você não suporta, pois lhe ensinaram (e você acreditou) que os homens e as mulheres são como as ferramentas, que só valem enquanto forem úteis. Ensinaram-lhe que você é uma ferramenta que merece viver enquanto puder fazer. E agora que o seu fazer não faz mais diferença, você se coloca ao lado dos objetos sem uso. À espera de que a morte venha colocá-lo no devido lugar, pois nada mais há que esperar. Você está sem esperança.

Mas lhe ensinaram mal, muito mal. Pois nós não somos ferramentas. Não vivemos para ser úteis.


Dizem os textos sagrados que Deus trabalhou seis dias para plantar um jardim. Terminado o trabalho, já não havia nada mais para ser feito. E foi justamente então que Deus sentiu a maior alegria. Terminado o tempo do trabalho, chegara o tempo do desfrute. E o Criador se transformou em amante: entregou-se ao gozo de tudo o que fizera. Com as mãos pendidas (pois tudo o que devia ser feito já havia sido feito), seus olhos se abriram mais. Olhou para tudo e viu que era lindo. Pôs-se a passear pelo jardim, gozando as delícias do vento fresco da tarde. E, embora os poemas nada digam a respeito, imagino que o Criador tenha também se deleitado com o gosto bom dos frutos e com o perfume das flores - pois que razões teria ele para criar coisas tão boas se não sentisse nelas prazer?

Se há uma lição a ser aprendida desses textos, lição que é que não somos como serrotes, enxadas, alicates, fósforos e lâmpadas que, uma vez sem o que fazer, são jogados fora. A nossa vida começa justamente com o advento da inutilidade. Pois o momento da inutilidade marca o início da vida de gozo. Nada mais preciso fazer. Travei as batalhas que tinha de travar. Nada devo a ninguém. Estou livre agora para me entregar ao deleite.
Todas as escolas só nos ensinam a ser ferramentas. Será preciso que você procure mestres que ainda não foram enfeitiçados por elas. Você deve procurar as crianças. Somente elas têm o poder para quebrar o feitiço que o está matando ainda em vida.

As almas dos velhos e das crianças brincam no mesmo tempo. As crianças ainda sabem aquilo que os velhos esqueceram e têm de aprender de novo: que a vida é brinquedo que para nada serve, a não ser para a alegria!


Desde os seis anos tenho mania de desenhar a forma das coisas. Aos cinquenta anos publiquei uma infinidade de desenhos. Mas tudo o que produzi antes dos setenta não é digno de ser levado em conta. Aos 73 anos aprendi um pouco sobre a verdadeira estrutura da natureza dos animais, plantas, pássaros, peixes e insetos. Com certeza, quando tiver oitenta anos, terei realizado mais progressos, aos noventa penetrarei no mistério das coisas, aos cem, por certo, terei atingido uma fase maravilhosa e, quando tiver 110 anos, qualquer coisa que fizer, seja um ponto, seja uma linha, terá vida.

Vamos! A vida é bela. Pare de namorar a morte! Beba a taça até o fim!"